Em parâmetros e abismos - Marisy Idalino - 09ago2025
Em parâmetros e abismos
Marisy Idalino - 09 agosto 2025
Os vícios, sejam eles sutis ou escancarados, têm um curioso dom: nos mostram onde entregamos demais o nosso poder.
Eles apontam para o que, sem perceber, transformamos em muleta, moeda de troca ou alimento constante da nossa fome interna.
Os extremos, por sua vez, são professores radicais. Nos levam ao limite para que possamos ver de perto o que acontece quando há excesso — mesmo que o excesso seja de algo considerado “bom”. É no exagero que percebemos a distorção da verdade. É no limite que a máscara cai.
Com o tempo, vamos percebendo que o verdadeiro equilíbrio não é ficar no meio termo entre dois polos, como quem divide a vida ao meio. O equilíbrio real é aquele estado silencioso em que nada nos possui — nem pessoas, nem crenças, nem rituais, nem hábitos, nem certezas.
É a liberdade de estar inteiro consigo mesmo, sem precisar carregar nada nas mãos para se sentir completo.
Quando isso acontece, não existe mais “muito” nem “pouco”. Existe apenas presença.
E, no fundo, é nessa presença limpa que a verdade se revela: o amor que não precisa se viciar em amar, a fé que não precisa provar nada, a vida que se sustenta por ser, e não por se agarrar a qualquer coisa.
Talvez o balanço da vida seja isso: não viver sem nada, mas viver sem se prender a nada.
Estar com você é a medida de um fundo sem fim.
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